data-filename="retriever" style="width: 100%;">Um dos seus livros agora em minhas mãos! Gaúcho de Santa Maria, como eu, é como se agora caminhássemos juntos pela primeira quadra da Doutor Bozano. O Tempo é formidável: ao mesmo nos afasta - ele nasceu em 1891, eu em 1940 - e nos aproxima.
Na década de 1920, Fernando Callage mandou-se para São Paulo. Assim como eu, em 1950, pelas mãos dos meus pais. Aqui, na Paulicéia Desvairada - de quando em quando retornando aos nossos pagos, tal qual eu - publicou alguns livros. Escreveu a respeito das regiões missioneira e serrana, da Revolução dos Farrapos, da doutrina católica e produziu literatura de verdade. Além de outros - Alvorada, Juca Pedroso e Na Querência da Palma - o belo livro Através do Rio Grande do Sul, que tenho agora entre as mãos.
Publicado em 1928 pela Empreza Graphica Limitada, em São Paulo - seu capítulo XI trata de sua volta para uma visita à "querência", da transformação urbana de nossa cidade, dos irmãos Ribas, da Escola de Artes e Ofícios da Cooperativa de Consumo da Viação Férrea do Rio Grande e de uma obra que orgulhava o ensino profissional no Brasil.
Essa leitura de agora me comove, me dá uma vontade danada de retornar à quase esquina da antiga avenida Ipiranga com a Serafim Valandro, do lado de cá do Hospital, onde nasci. As linhas que tenho para escrever são poucas, de modo que não sei mesmo o que dizer. De verdade.
Seu texto me faz retornar ao passado. Ao Clube Caixeiral e ao prédio da União dos Caixeiros Viajantes, coordenada durante algum tempo, nos anos 1950, pelo meu tio Carlos Grau. E a alusão ao que ele menciona como a "nova residência do dr. Francisco Mariano da Rocha", irmão do Marianinho - José Mariano da Rocha - grande, imensa figura que idealizou e fundou a nossa hoje Universidade Federal de Santa Maria - UFSM! Um ser humano especial, muito especial, muito, que deixou descendentes de enorme importância em minha vida e dos meus filhos.
O apoio declarado de Fernando Callage a Manoel Ribas - há uma bela foto dele na página 95 do livro! - me entusiasma. Especialmente porque, depois da sua publicação Manoel Ribas foi eleito intendente de Santa Maria.
O livro que tenho entre as mãos realmente me encanta, de repente por conta de uma bela referência ao coronel Valle Machado e ao doutor Astrogildo de Azevedo. Ao cabo de tudo, a menção à morte de Julio Raphael de Aragão Bozano, que passa por mim quando retorno a Santa Maria e, na primeira quadra, visito o José Antonio Brenner, meu primo.